Daniel Meira Nóbrega de Lima1, Maurus Marques de Almeida Holanda2
1Graduando em Medicina – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa – PB.
2Docente do Departamento de Medicina Interna – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa – PB.
Daniel Meira Nóbrega de Lima
Universidade Federal da Paraíba. Cidade Universitária, s/n – Castelo Branco III, João Pessoa – PB, 58051-085.
E-mail: danielmrnobrega@gmail.com.
Edição: 2021, ED-1-JAN-FEV-MAR
RESUMO
Contextualização: A intoxicação exógena medicamentosa é um dos principais problemas de saúde pública. Esse agravo causado pela automedicação, seu uso incorreto e desnecessário, bem como sua má administração, acarreta desde dependência química e resistência bacteriana até o óbito. Objetivo: O objetivo desse estudo é traçar um perfil epidemiológico das intoxicações exógenas no Nordeste, durante o período de 2008 a 2017. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico de caráter descritivo e retrospectivo, realizado a partir dos dados fornecidos pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), obtido pela tabulação TABWIN da plataforma do Departamento de Informática do Sistema Único do SUS (Datasus), e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Resultados: Observou-se uma predominância por pessoas do sexo feminino (66,36%), pardas (82,4%), de baixa escolaridade, sobretudo, ensino fundamental (52,8%), da faixa etária dos 15-39 anos (51,15%) ou 1-4 anos (14,17%) e residentes da região urbana (86,42%). A principal circunstância foi tentativa de suicídio (48,66%), e a maioria dos eventos, foi aguda-única (90,12%), evoluiu com cura sem sequela (97,94%), foi realizado diagnóstico clínico (72,2%) e houve confirmação de intoxicação (76,67%). Percebeu-se um crescimento contínuo da taxa de incidência por intoxicações exógenas por medicações no Nordeste, durante o período de 2008 a 2017, ocorrendo um aumento total de 437,68%, e em 2017 essa taxa encontrava-se em 20,6 casos por 100.000 habitantes. Averiguou-se que as capitais possuíam taxas de incidência mais elevadas do que seus respectivos estados. Conclusão: Dessa forma, faz-se necessário medidas de vigilância, fiscalização, promoção e prevenção em saúde, visando a diminuição desses casos graves e, potencialmente, evitáveis.
PALAVRAS-CHAVE: Epidemiologia. Intoxicação. Medicamentos.
ABSTRACT
Background: Exogenous drug intoxication is one of the main public health problems. This aggravation caused by self-medication, its incorrect and unnecessary use, as well as its bad administration, causes from chemical dependence and bacterial resistance to death. Objective: The objective of this study is to outline an epidemiological profile of exogenous intoxications in the Northeast, during the period from 2008 to 2017. Methods: This is a descriptive and retrospective epidemiological study, carried out from the data provided by the Information System of Notifiable Diseases (Sinan), obtained by tabbing TABWIN of the platform of the Department of Informatics of the Unified System of SUS (Datasus), and of the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE). Results: There was a predominance of female (66.36%), mixed race (82.4%) people, with low education, above all, elementary school (52.8%), aged 15-39 years (51.15%) or 1-4 years (14.17%) and residents of the urban region (86.42%). The main circumstance was attempted suicide (48.66%), and most events were acute-single (90.12%), evolved with no sequela cure (97.94%), clinical diagnosis was performed (72, 2%) and there was confirmation of intoxication (76.67%). There was a continuous increase in the incidence rate for exogenous intoxications due to medications in the Northeast, during the period from 2008 to 2017, with a total increase of 437.68%, and in 2017 this rate was found in 20.6 cases per 100,000 inhabitants. It was found that the capitals had higher incidence rates than their respective states. Conclusion: Thus, health surveillance, inspection, promotion and prevention measures are necessary, aiming to reduce these serious and potentially preventable cases.
KEYWORDS: Epidemiology. Poisoning. Medicines.