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NEUROPROTEÇÃO E FISIOTERAPIA NO TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO GRAVE

Flávia Rabelo Esquesaro1, Cauê Padovani2*, Guadalupe Nery de SantAnna3, Clarice Tanaka4

1Aluna do Curso de Especialização em Fisioterapia Hospitalar do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (ICHC-FMUSP). São Paulo, Brasil.

2Fisioterapeuta da UTI de Emergências Cirúrgicas e Trauma do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (ICHC-FMUSP). São Paulo, Brasil.

3Coordenadora do Curso de Especialização em Fisioterapia Hospitalar do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (ICHC-FMUSP). São Paulo, Brasil.

4Chefe do Serviço de Fisioterapia do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (ICHC-FMUSP). São Paulo, Brasil.

 

Autor para correspondência:

Cauê Padovani

Rua São Sebastião 80, Apto 56 – Vila da Saúde, São Paulo, SP, Brasil.

CEP: 04144-060

E-mail: cauepadovani@hotmail.com

Tel.: (11) 96928-8228

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RESUMO

 

Contextualização: O Traumatismo Cranioencefálico (TCE) é uma causa frequente de morbidade e hospitalizações. Vítimas de TCE internados em unidade de terapia intensiva (UTI) requerem cuidados da equipe multiprofissional de alta complexidade com objetivo de otimizar a perfusão cerebral evitando injúrias secundárias ao trauma inicial e favorecer o processo de reabilitação. Neste contexto, a fisioterapia tem sido cada vez mais requisitada a participar das estratégias de neuroproteção e manejo do TCE grave. Objetivo: Descrever o tratamento precoce de uma vítima de TCE grave, evidenciando o papel da fisioterapia nas estratégias de neuroproteção e no manejo/tratamento adequado e seguro deste perfil de paciente. Relato do caso: Paciente do sexo feminino, 27 anos, vítima de atropelamento por moto em alta velocidade. Socorrida pelo serviço de atendimento móvel de urgência, com diagnóstico de TCE grave e fratura de tíbia esquerda. Admitida na UTI no pós-operatório imediato de craniectomia descompressiva à esquerda, com exérese de hematoma subdural agudo e passagem de cateter para monitorização contínua da pressão intracraniana (PIC), além de cirurgia ortopédica com fixação externa linear da tíbia esquerda. Conclusão: Na fase crítica após TCE é crucial a monitorização da PIC e a realização precoce das medidas de neuroproteção. É essencial a manutenção da estabilidade hemodinâmica, respiratória e metabólica do paciente, que é submetido à sedação profunda e ventilação mecânica (VM), sendo de fundamental importância a fisioterapia, que pode ser executada de forma segura garantindo estratégias ventilatórias neuroprotetoras adequadas e prevenindo complicações relacionadas à VM, além da estimulação funcional precoce desse paciente.

 

Palavras-chave: Traumatismos Encefálicos; Traumatismos Craniocerebrais; Unidades de Terapia Intensiva; Modalidades de Fisioterapia; Terapia por Exercício.

 

ABSTRACT

Background: Traumatic Brain Injury (TBI) is a frequent cause of morbidity and hospitalizations. Victims of TBI admitted to an intensive care unit (ICU) require care from a highly complex multiprofessional team with the aim of optimizing brain perfusion, avoiding injuries secondary to the initial trauma and favoring the rehabilitation process. In this context, physiotherapy has been increasingly requested to participate in neuroprotection strategies and management of severe TBI. Objective: To describe the early treatment of a severe TBI victim, highlighting the role of physiotherapy in neuroprotection strategies and in the adequate and safe management/treatment of this patient profile. Case report: Female patient, 27 years old, victim of being hit by a motorcycle at high speed. Rescued by the mobile emergency care service with a diagnosis of severe TBI and fracture of the left tibia. Admitted to the ICU in the immediate postoperative period of decompressive craniectomy, with excision of an acute subdural hematoma and insertion of a catheter for continuous monitoring of intracranial pressure (ICP), in addition to orthopedic surgery with linear external fixation of the left tibia. Conclusion: In the critical phase after TBI, ICP monitoring and early performance of neuroprotection measures are crucial. It is essential to maintain the hemodynamic, respiratory and metabolic stability of the patient, who is submitted to deep sedation and mechanical ventilation (MV), and physiotherapy has fundamental importance and can be performed safely, ensuring adequate neuroprotective ventilation strategies and preventing complications related to MV, in addition to promoting early functional stimulation of this patient.

 

Keywords: Brain Injuries; Craniocerebral Trauma; Intensive Care Units; Physical Therapy Modalities; Exercise Therapy.