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CARACTERIZAÇÃO, ANÁLISE E CORRELAÇÃO ENTRE QUALIDADE DE VIDA E INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM IDOSAS

Edição:

Characterization, analysis and correlation between quality of life and urinary incontinence of elderly women

 

Sabrina Sanny Moreira Fontes1, Thatiane da Silva Oliveira1, Maria Virgínia Motta Barbosa3, Alexandre Wesley Carvalho Barbosa2,3, Débora Fernandes de Melo Vitorino2

 

1Fisioterapeuta pela Universidade Federal dos Vales de Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM, Diamantina, Minas Gerais, Brasil

2Docente do Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal dos Vales de Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM, Diamantina, Minas Gerais, Brasil

2Programa de Pós Graduação Stricto Sensu em Ensino em Saúde da Universidade Federal dos Vales de Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM, Diamantina, Minas Gerais, Brasil

Autor Correspondente: Alexandre Wesley Carvalho Barbosa.  Campus JK – Diamantina/MG – Rodovia MGT 367 – Km 583, nº 5000 – Alto da Jacuba Tel.: (38) 3532-1200. E-mail: alexwbarbosa@hotmail.com

Recebido:03/2013

Aceito:10/2013

 

Resumo

 

A incontinência urinária (IU) constitui patologia comum entre idosas e se refere à perda subjetiva e involuntária de urina.  O objetivo foi averiguar idosas que apresentam IU, sem tratamento, caracterizando a amostra selecionada, avaliando a qualidade de vida (QV). Uma amostra de 50 idosas foi submetida a uma avaliação da cognição para responderem à avaliação sobre presença ou não de IU. Constatada a perda de urina, o questionário de QV King’s Health Questionnaire (KHQ) foi aplicado. Testes de correlação (Pearson) e comparação (Teste Z) foram utilizados para as análises estatísticas. Foram classificadas 46% das idosas como incontinentes, 34% com cirurgia perineal, e destas, 47% com perda de urina pós-cirurgia, dado maior que a média populacional (p=0,0219). Nenhuma usava medicamento para IU, porém 86% utilizavam para patologias associadas. 78,3% nunca procuraram ajuda profissional e apenas 21,7% já conversaram com médico sobre IU, valor menor comparado à literatura (p<0,0001); com apenas 29% apresentando interesse em se tratar. Quanto à QV, os domínios mais afetados foram “percepção geral de saúde” e “escala de medidas de gravidade”. O menos afetado foi “relações pessoais”. Na correlação entre as variáveis, houve significância entre impacto da IU com limitações físicas (r=0,59), com limitações nas atividades de vida diária (AVD) (r=0,47) e com limitações sociais (r=0,44). Entre limitações das AVD e limitações físicas, também houve baixa correlação (r=0,43). Entre as limitações das AVD e limitações sociais, houve correlação relevante (r=0,69). Este estudo mostrou que considerável número de idosas com IU não está em tratamento, e sem interesse em se tratar. Provavelmente pela aceitação como processo normal do envelhecimento ou por desconhecimento o tratamento. Os dados sugerem a ampliação da rede de saúde no sentido da capacitação de profissionais para atendimento e diagnóstico da IU.

 

Palavras–Chave: idosos, incontinência urinária, qualidade de vida, fisioterapia, diagnóstico, avaliação.

 

 

Abstract

 

Urinary incontinence (UI) is common among elders and refers to subjective and involuntary loss of urine. The objective was to investigate elders with UI, without treatment, featuring the sample selected, evaluating the quality of life (QOL). A sample of 50 elderly was assessed to know their cognition to respond the questionnaire of the presence or not of UI. Noted the loss of urine, the QOL questionnaire King’s Health Questionnaire (KHQ) was applied. Tests of correlation (Pearson) and comparison (Z Test) were used for statistical analysis. 46% of the elderly were classified as incontinent, 34% with perineal surgery, and of these, 47% with urine loss after surgery, data higher than population average (p=0.0219). No one was using medication to UI, but 86% was using to related pathologies. 78.3% never sought a professional help and only 21.7% have talked with doctor about UI, lower value when compared to literature (p<0.0001); with only 29% showing interest in treatment. About QV, the most affected areas were “general health perception” and “scale severity measures”. The least affected was “personal relationships”. On the correlation between variables, there was significance among UI impact with physical limitations (r=0.59), with limitations in activities of daily living (ADL) (r=0.47) and with social constraints (r=0.44). Between ADL limitations and physical limitations, there were also low correlation (r=0.43). Between the limitations of the AVD and social limitations, there was significant correlation (r=0.69). This study showed that considerable number of elderly females with UI is not in treatment, and have no interest in the case. It is probably for acceptance as a normal process of aging or by ignorance. The data suggest a health network expansion towards the training of professionals for diagnosis and care of the UI.

 

Key words: Elderly, urinary incontinence, quality of life, physical therapy, diagnosis.