Edição: 2014, Ed.1-JAN-FEV
Introdução: Idosos internados por infecções pulmonares recebem eventualmente oxigenioterapia suplementar. O uso indiscriminado de oxigênio (O2) promove efeitos deletérios sobre os pulmões. Objetivo: Verificar as repercussões da diminuição da quantidade de O2 ofertada sobre as funções cardíaca e respiratória em idosos internados e recebendo O2 de acordo com a prescrição médica.
RESUMO
Introdução: Idosos internados por infecções pulmonares recebem eventualmente oxigenioterapia suplementar. O uso indiscriminado de oxigênio (O2) promove efeitos deletérios sobre os pulmões. Objetivo: Verificar as repercussões da diminuição da quantidade de O2 ofertada sobre as funções cardíaca e respiratória em idosos internados e recebendo O2 de acordo com a prescrição médica. Métodos: Foram selecionados 27 idosos (idade: 83,1±9,0 anos; 18 do sexo feminino) internados há 2,5±1,3 dias por quadro de infecção pulmonar (10 pacientes por pneumonia – 33,3% e 17 pacientes por broncopneumonia – 66,6%); recebendo O2 por nebulização via máscara (8 pacientes – 29,4%) ou cateter (19 pacientes – 70,6%) de acordo com a prescrição médica; doses de O2 prescritas: 2,8±1,4 litros/minuto. Inicialmente os idosos foram monitorados por 5 minutos recebendo as doses de O2 prescritas; parâmetros avaliados: frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR), saturação da oxiemoglobina (SpO2) e sensação de dispneia (BORG). Após isso, foram submetidos a 50% de diminuição na quantidade de O2 ministrada, por 60 minutos, sob monitorização dos pesquisadores. Resultados: Não ocorreu variação significante em nenhum dos parâmetros durante a durante a redução do O2 (FC inicial: 78,2±16,7 vs. final: 77,0±17,2 bpm, p=0,93); (FR inicial: 20,3±5,4 vs. final: 20,5±3,9 rpm, p=0,48); (SpO2 inicial: 96,2±1,7 vs. final: 95,5±2,4 %, p=0,77); (BORG inicial: 0,9±1,2 vs. final: 0,5±0,8 pontos, p=0,84). O O2 suplementar foi reduzido de 2,8±1,4 para 1,4±0,7 L/min, com p=0,00. Conclusão: A diminuição em 50% nos valores de O2 ofertados a pacientes idosos com infecção pulmonar não promoveu alterações nos parâmetros avaliados, podendo ser considerada com alternativa na assistência a essa população.
Palavras-chave: Oxigenoterapia, Hiperóxia, Pneumonia, Broncopneumonia.
ABSTRACT
Introduction: Elderly hospitalized due to chest infections eventually receive supplemental oxygen therapy. The indiscriminate use of oxygen (O2) causes deleterious effects on the lungs. Objective: To verify the impact of reducing the amount of O2 supplied to patients, on the cardiac and the respiratory functions in elderly admitted in hospital, receiving O2 according to the medical prescription. Methods: During the protocol 27 seniors (age: 83,1±9,0 years, 18 females) hospitalized for 2,5±1,3 days due to pulmonary infection (10 pneumonia patients – 33.3% and 17 bronchopneumonia patients – 66.6%); receiving O2 through a nebulizer mask (8 patients – 29.4%) or a catheter (19 patients – 70.6%) according to prescription; O2 prescribed doses: 2,8 ± 1,4 L/min. Initially, the elderly were monitored for 5 minutes receiving the prescribed dose of O2; the monitored parameters were: heart rate (HR), respiratory rate (RR), oxygen saturation (SpO2) and dyspnea sensation (BORG). Thereafter, they were submitted to a 50% decrease in the quantity of O2 administered, for 60 minutes, under surveillance of the researchers. Results: No significant alterations in any of the monitored parameters were observed, during O2 reduction (initial HR: 78,2±16,7 vs. final: 77,0±17,2 bpm, p=0,93); (initial RR: 20,3±5,4 vs. final: 20,5±3,9 bpm, p=0,48); (initial SpO2: 96,2±1,7 vs. final: 95,5±2,4 %, p=0,77); (initial BORG: 0,9±1,2 vs. final: 0,5±0,8 points, p=0,84). The supplementary O2 was reduced from 2,8±1,4 to 1,4±0,7 L/min, with a p=0,00. Conclusions: The 50% decrease on the O2 values offered to elderly patients with lung infection did not altered the evaluated parameters and may be considered as an alternative in the assistance of this population.
Key words: Oxygen therapy, Hyperoxia, Pneumonia, Bronchopneumonia.
Recebido:02/2013
Aceito: 06/2013
Sobre o autor:
1 Fisioterapeuta especialista em Fisioterapia Hospitalar pelo Hospital e Maternidade São Cristóvão – São Paulo/SP – Brasil.
2 Fisioterapeuta, Coordenador do Serviço de Fisioterapia do Hospital e Maternidade São Cristóvão – São Paulo/SP – Brasil.
3 Fisioterapeuta, Doutor em Ciências pela FMUSP, Coordenador Cientifico do Serviço de Fisioterapia do Hospital ENCORE/GO – Brasil, Coordenador Científico do CEAFI Pós-Graduação/GO – Brasil e Coordenador do Curso de Pós-graduação em Fisioterapia Hospitalar do Hospital e Maternidade São Cristóvão – São Paulo/SP – Brasil.
Autor para correspondência:
Giulliano Gardenghi
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