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INFLUÊNCIA DA FRAQUEZA MUSCULAR PERIFÉRICA NA FALHA DE EXTUBAÇÃO EM PACIENTES CRÍTICOS: ESTUDO PILOTO LONGITUDINAL PROSPECTIVO

Thamires Carvalho de Oliveira¹, Michelli Marcela Dadam¹, Bruna de Albuquerque Catelano¹, Aline Braz Pereira¹
  1. Hospital Municipal São José. Joinville, Santa Catarina, Brasil.

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RESUMO
Introdução: Os pacientes críticos internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) podem permanecer imobilizados no leito por longos períodos, acarretando no surgimento de disfunções importantes do sistema musculoesquelético e no desenvolvimento da fraqueza muscular adquirida na UTI (FMAUTI), caracterizada por fraqueza muscular simétrica, perda de massa muscular e reflexos tendinosos reduzidos ou ausentes. Além da imobilização prolongada, outros fatores contribuem para o surgimento da FMAUTI, como: sepse, uso de ventilação mecânica (VM) prolongada, toxicidade de medicações, uso de sedativos e bloqueadores neuromusculares, desnutrição e inflamações sistêmicas. O desuso da musculatura provocado pela imobilização prolongada promove uma perda importante na massa muscular, força e resistência, podendo levar a prejuízo da função motora e respiratória, com consequente aumento do tempo de VM, piora do prognóstico, maior tempo de internação e aumento dos custos hospitalares. Torna-se importante identificar a FMAUTI de forma precoce para prevenir e/ou minimizar as consequências inerentes a ela. A FMAUTI além de afetar a musculatura periférica, pode refletir sobre os músculos respiratórios, incluindo diafragma, musculatura acessória e os músculos abdominais, além dos músculos faríngeos, contribuindo assim para prejuízo da força inspiratória e expiratória, tosse ineficaz e acúmulo de secreções. Tais consequências podem levar ao desmame difícil, extubação tardia ou reintubação em pacientes ventilados mecanicamente. Neste contexto, este estudo tem como objetivo avaliar a hipótese de que a fraqueza muscular periférica está associada à falha de extubação de pacientes críticos internados em UTI e em ventilação mecânica por mais de 48 horas.
Palavras-chave: fraqueza muscular, ventilação mecânica, extubação, unidade de terapia intensiva.
ABSTRACT
Introduction: Critically ill patients admitted to the Intensive Care Unit (ICU) may remain immobilized in bed for long periods, leading to the emergence of significant musculoskeletal system dysfunctions and the development of ICU-acquired muscle weakness (ICUAW), characterized by symmetrical muscle weakness, muscle mass loss, and reduced or absent tendon reflexes. In addition to prolonged immobilization, other factors contribute to the emergence of ICUAW, such as sepsis, prolonged use of mechanical ventilation (MV), medication toxicity, use of sedatives and neuromuscular blockers, malnutrition, and systemic inflammations. The disuse of muscles caused by prolonged immobilization promotes significant loss of muscle mass, strength, and endurance, potentially leading to impaired motor and respiratory function, with consequent increased MV time, worsened prognosis, longer hospital stays, and increased hospital costs. It is important to identify ICUAW early to prevent and/or minimize its inherent consequences. ICUAW, in addition to affecting peripheral muscles, can reflect on respiratory muscles, including the diaphragm, accessory muscles, and abdominal muscles, as well as pharyngeal muscles, thus contributing to impaired inspiratory and expiratory strength, ineffective cough, and secretion accumulation. These consequences can lead to difficult weaning, delayed extubation, or reintubation in mechanically ventilated patients. In this context, this study aims to evaluate the hypothesis that peripheral muscle weakness is associated with extubation failure in critically ill patients admitted to the ICU and on mechanical ventilation for more than 48 hours.
Keywords: muscle weakness, mechanical ventilation, airway extubation, intensive care unit.