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INFLUÊNCIA DA FRAQUEZA MUSCULAR PERIFÉRICA NA FALHA DE EXTUBAÇÃO EM PACIENTES CRÍTICOS

Influence of peripheral muscle weakness on extubation failure in critically ill patients

Thamires Carvalho de Oliveira1, Michelli Marcela Dadam¹, Bruna de Albuquerque Catelano¹, Aline Braz Pereira¹

¹ Hospital Municipal São José. Joinville, Santa Catarina, Brasil.

Autor Correspondente:
Thamires Carvalho de Oliveira
Rua Éfeso, n° 383, Paranaguamirim | CEP 89231-750
Joinville, Santa Catarina, Brasil
fisiothamirescarvalho@outlook.com

Edição:

RESUMO
O presente estudo teve como objetivo avaliar a influência da força muscular periférica na falha de extubação de pacientes críticos. Trata-se de um estudo piloto,
longitudinal, quantitativo e prospectivo com 100 pacientes adultos internados em unidade de terapia intensiva com mais de 48 horas de ventilação mecânica. Foi realizada avaliação da força muscular, através da escala Medical Research Council e dinamometria. A distribuição dos dados foi avaliada pelo teste Kolmogorov- Smirnov. Variáveis contínuas com distribuição assimétrica foram expressas em medianas e intervalos interquartis (IIQ) e comparadas com o teste de Mann-Whitney. As variáveis categóricas foram expressas em frequências absolutas e relativas e comparadas pelo teste do Qui-quadrado. Valores de p <0,05 foram considerados significativos. A mediana do escore do Medical Research Council, em dias, nos pacientes com falha de extubação foi de 38, com intervalo interquartil (IIQ) de 37- 42, e de 52,5 (IIQ 40,5-58) nos pacientes com sucesso de extubação (p=0,001). A avaliação da dinamometria mostrou mediana de 6,6 pontos (IIQ 3,8-9,3) nos pacientes com falha de extubação e 12,6 (IIQ 7,8-19,7) nos pacientes que evoluíram com sucesso (p=0,001). Dos pacientes que falharam na extubação 78,0% apresentaram MRC abaixo de 48 (p=0,007). A mediana do tempo de internação na UTI foi de 26 dias (IIQ 21-34,5) nos pacientes com falha de extubação e de 9 dias (IIQ 6-14) nos pacientes com sucesso de extubação (p=0,009), 44,4% dos pacientes que falharam na extubação evoluíram para traqueostomia, contra apenas 2,1% dos que evoluíram com sucesso (p=<0,001). Em relação a mortalidade, 55,0% dos pacientes que necessitaram de reintubação foram a óbito, contra 9,8% dos pacientes com sucesso (p=<0,001). Concluiu-se que a presença de fraqueza muscular periférica não foi associada ao risco de reintubação, porém identificou-se maior número de pacientes com MRC <48 e maiores taxas de mortalidade no subgrupo de falha de extubação.

Descritores: Fraqueza muscular, ventilação mecânica, extubação, unidade de terapia intensiva.

ABSTRACT

This study aims to evaluate the influence of peripheral muscule strength on extubation failure in critical ill patients. This is a pilot, longitudinal, quantitative and prospective study with 100 adult patients admitted to intensive care unit with more than 48 hours of mechanical ventilation. Muscle strength was evaluate using the Medical Research Council scale and dynamometry. Data distribution was evaluated using the Kolmogorov-Smirnov test. Continuous variables with asymmetrical distri- bution were expressed as medians and interquartile ranges and compared using the Mann-Whitney test. Categorical variables were expressed in absolute and relative frequencies and compared using the chi-square test. P values <0.05 were considered significant. The median of Medical Research Council score in patients with extubation failure was 38 days, with an interquartile range (IQR) of 37-42, and 52,5 days (IQR 40,5-58) in patients with extubation success (p=0,001). Dynamometry evaluation showed a median of 6,6 points (IQR 3,8-9,3) in patients with extubation failure and 12,6 (IQR 7,8-19,7) in patients who evolved successfully (p= 0,001). Of the patients who failed extubation, 78,0% had an MRC below 48 (p=0,007). The median length of stay in the ICU was 26 days (IQR 21-34,5) in patients with extubation failure and 9 days (IQR 6-14) in patients with extubation success (p=0,009), 44,4% of patients who failed extubation evolved to tracheostomy, against only 2,1% of those who evolved successfully (p=<0,001). About the mortality, 55,0% of the patients who required reintubation died, against 9,8% of the patients with success (p=<0,001). It was concluded that the presence of peripheral muscle weakness was not associated with the risk of reintubation, but a greater number of patients with MRC <48 and higher mortality rates were identified in the extubation failure subgroup.

Keywords: Muscle weakness, mechanical ventilation, airway extubation, intensive care unit.